XVIII Encontro Nacional: Palestra ensina a identificar o convite da alma e a praticar o autoconhecimento

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A programação do XVIII Encontro Nacional reservou espaço para o autoconhecimento, por meio de uma atitude mental positiva, com Sérgio Carvalho Filho, Auditor Fiscal da Receita Federal, professor, escritor e facilitador em informações de autoconhecimento. A palestra foi mediada pelo vice-presidente de Administração, Patrimônio, Cadastro e Tecnologia da Informação, Antonio Carlos Silveira, e pela assessora da Presidência, Maria Aparecida Fernandes Paes Leme.

Sérgio Carvalho falou sobre a teoria da inteligência positiva, de Shirzad Chamine, que percebeu que o ser humano recebe, na primeira infância, pelo inconsciente, o que chama de “convites”, existindo nove, no total. A criança tem uma percepção de mundo e, a partir daí, desenvolve um mecanismo de defesa, trazendo para dentro de si uma mensagem que vai acompanhá-la ao longo da vida. “Nosso jogo é para que cada um consiga identificar qual é o seu convite da alma. Em um deles é possível se identificar”, sugeriu.

O primeiro convite é o da raiva. “Não estamos falando de alguém que sente uma raiva aqui outra ali. Todo mundo sente. Estamos falando de alguém que, na primeira infância, teve uma percepção de que o mundo é de pessoas agressivas”, explicou. Diante deste mundo hostil, desenvolveu o mecanismo de defesa “preciso ser forte”, “preciso expressar minha raiva para sobreviver ao mundo”. Essa criança então grita, puxa cabelo, belisca. “Passa a infância toda treinando um comportamento explosivo. E desenvolve um padrão desordenado de raiva. Tem desejo grande de controle de tudo e de todos à sua volta”, frisou. Qual a atitude mental positiva para esse tipo de padrão? Respirar fundo, contar até 10, aceitar que não se tem o controle de tudo. “Isso é um trabalho gradual”, ensinou.

O segundo convite é o da paz. “Uma pessoa que é a gentileza, a meiguice em duas pernas. Essas pessoas transpiram paz, naturalmente. Só que acontece um padrão desordenado de passividade, quando a pessoa foge sempre dos conflitos, não quer discordar de ninguém. Fica na zona de conforto. São pessoas grandiosas, mas não sabem a força que têm, pois são passivas”, enfatizou Carvalho. A atitude mental positiva que essa pessoa precisa exercitar é: assumir o controle da vida. “Ela não treinou para decidir por si; ela precisa começar a decidir a própria vida”, destacou.

Já o terceiro convite é o da rigidez. Neste caso, a pessoa, quando criança, teve a percepção de que o mundo é um lugar de pessoas exigentes, que tem que fazer tudo certo; ela cumpre as regras perfeitamente. “Cria padrão de excelência e exigência elevados e, por tabela, exige dos outros”, falou Carvalho. A atitude positiva que essa pessoa deve buscar é a leveza, permitir-se errar, aceitar as pessoas como elas são e quebrar a rigidez.

A salvação é o quarto convite. “Tem gente que veste a camisa da salvação”, exemplificou. Essa criança, segundo Carvalho, percebeu que o mundo é um lugar cheio de pessoas que precisam de ajuda. “Para eu ser querido, amado, aceito, tenho que me doar, me entregar e fazer tudo pelos outros. O outro não precisa pedir ajuda”, mostrou. Só que essas pessoas entram em um padrão desordenado de generosidade. “Meu valor está na minha doação, no servir, na entrega”, apesar de ela não conseguir pedir ajuda de alguém. “A pessoa sofre de solidão, não consegue ficar só.” Para estes casos, a atitude mental positiva a ser adotada é o reconhecimento do seu próprio valor, olhar para si com amor, cuidar de si.

O quinto convite é a vaidade. Segundo Carvalho, neste cenário, a criança percebeu que o mundo só valoriza os vencedores, quem está no topo. “Ela criou para si essa mensagem de que precisa ser a melhor para ser aceita e amada. Entra em padrão desordenado de exibicionismo. Tem ânsia de mostrar sempre resultados positivos. Mal consegue comemorar uma grande vitória, pois já está buscando uma nova conquista para mostrar que é boa”, citou. Para enfrentar esse padrão com uma mente positiva, segundo o Auditor Fiscal, é preciso entender que o seu valor não está nas conquistas visíveis, ela precisa encontrar os sentimentos dentro de si.

A sensibilidade é o sexto convite. “São pessoas sensíveis. Se alegram com facilidade, mas com a mesma facilidade caem na tristeza e na melancolia”, disse. No geral, essas pessoas se ressentem, pois acreditam que “ninguém sente como ela sente”, mergulhando, desta forma, no padrão desordenado da melancolia. Qual a atitude mental positiva para este caso? Olhar para si com amor. Sorrir para a vida. Acalmar a tempestade interior.

O sétimo convite é o isolamento. Para essas pessoas, o mundo é um lugar invasivo, onde as pessoas invadem a sua privacidade, sua intimidade. Com esse sentimento, mergulham no padrão desordenado de isolamento. “São pessoas reservadas. Por esse convite da alma, se tornam céticas. Têm dificuldade de acreditar no transcendental”, ressaltou. Essas pessoas precisam treinar as emoções, aprender a sorrir e a chorar, fazer amigos e quebrar a barreira do distanciamento.

O oitavo convite é o medo. “Essa criança percebeu que o mundo é um lugar perigoso, cheio de riscos”, analisou. Nesses casos, a pessoa, para se precaver, tende a observar e fugir dos perigos do mundo. “Ela acaba entrando no padrão desordenado de medo.” Qual atitude a exercitar neste caso? Confiar na vida, em Deus, em si.

O último e nono convite é o da alegria. “A criança percebeu o mundo como um lugar de sofrimento. Mas tem que sobreviver a esse mundo e, para isso, foge do sofrimento e procura tudo que cause prazer e entusiasmo”, relatou. Com esse sentimento, ela entra no padrão desordenado de empolgação. A atitude mental positiva para esses casos é respirar fundo e desacelerar.

Sérgio Carvalho ressaltou que uma atitude otimista, alegre e positiva não é algo automático, não existe uma receita única, nem comprimido. “Cada pessoa é diferente da outra”, explicou. A chave para descobrir a sua atitude mental positiva é uma: autoconhecimento. “Conhecer-se, saber quem sou, quais mensagens inconscientes que trago desde a primeira infância que ainda pautam meu comportamento, minhas reações e a forma de enxergar o mundo e as pessoas”, orientou.

A palestra completa pode ser conferida na TV ANFIP, que transmite toda a programação do XVIII Encontro Nacional, que acontece em Fortaleza (CE).