Presidente: Ney Costa Santos
(1967-1968)
Representou o Estado do Rio de Janeiro. Fez parte do pioneiro grupo de abnegados que fundou a ANFIP. A partir de longas negociações e conversas, diante da unificação oficial da Previdência e da Assistência Social, o grupo entendeu que a unificação da representação classista era um imperativo que não podia mais ser adiado e promoveu a fusão de várias associações de fiscais numa só, de âmbito nacional. A Entidade surgiu da união das associações dos Fiscais de Previdência dos Institutos de Aposentadorias e Pensões então existentes: Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos, Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários, Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários, Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários, Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Estivadores e Transportes de Cargas e Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários e Empregados em Serviços Públicos. Foi feita a sucessão e incorporação na nova Associação sob a denominação de Associação Nacional dos Fiscais de Previdência Social – AFPS, hoje ANFIP.
A I Convenção Nacional da Entidade, realizada sob sua gestão, no Rio de Janeiro, é considerada a primeira grande reunião nacional da classe. Ney Costa Santos promoveu a divulgação da ANFIP junto aos órgãos governamentais e à mídia, um trabalho essencial para tornar conhecida a Entidade resultante da unificação, e elaborou campanha para filiar todos os fiscais à ANFIP. Desde o início, fez a defesa intransigente da Previdência Social. Faleceu em 19/03/2013, deixando saudades entre familiares, colegas e amigos.
Presidente: Joaquim Baptista Affonso
(1968-1969)
Representou o Estado do Rio de Janeiro. Colaborou na elaboração do Estatuto da Entidade, que previa a forma colegiada de gestão. Trabalhou na consolidação da ANFIP, em prosseguimento aos esforços iniciados na gestão anterior.
Lembra que naqueles tempos difíceis as mudanças de sede no Rio de Janeiro eram feitas com os móveis carregados ao ombro, e que as despesas das primeiras convenções foram garantidas pelos patrimônios pessoais dos dirigentes. Nos primórdios da ANFIP só havia planejamento, coragem e confiança, o suficiente para permitir que a Associação pudesse ser o marco que ela representa hoje frente à militância dos que defendem a Seguridade Social pública e democratizada, além de um sistema tributário mais justo.
Joaquim Baptista Affonso promoveu a II Convenção Nacional, em Brasília (DF). O evento foi de suma importância, já que teve o objetivo de consolidar a unificação da classe em torno de uma Entidade única e nacional. Faleceu em 25/02/2016 deixando saudosos todos os seus amigos.
Presidente: Wilson da Silva Cardoso
(1969-1970)
Representou o Estado do Paraná. Atuou bravamente pela valorização profissional dos fiscais. Ao saber, de forma sigilosa, estarem os secretários Executivos do INPS trabalhando no sentido de estenderem a Gratificação de Produtividade a todos os funcionários, incluindo a fiscalização, no limite geral de 50%, constituiu Comissão dos Conselhos Executivo, Fiscal e de Representantes para uma visita ao presidente do INPS, a fim de tentarem evitar a redução da referida gratificação.
Wilson da Silva Cardoso foi um dos primeiros convencionais, na I Convenção da Entidade, mostrando forte comprometimento associativo. Falecido em 03/09/1989, deixou grande exemplo de vida a ser seguido por todos.
Presidente: José Lamaciê Ferreira
(1970-1971)
Representou o Estado de Minas Gerais. Oriundo do antigo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), fiscal de Previdência muito respeitado pelos colegas, em virtude das diversas qualidades de caráter e da grande experiência nas questões associativas, sua vivência foi fundamental para o fortalecimento da ANFIP.
José Lamaciê Ferreira realizou a III Convenção Nacional, em Curitiba (PR), e lutou pela elevação da Gratificação de Produtividade. Mostrando sempre grande interesse associativo, foi um dos primeiros convencionais na I Convenção da Entidade.
Presidente: Sebastião Almeida Vieira
(1970-1972)
Representou o Estado de São Paulo. Teve um único emprego em toda a sua vida, tendo começado como fiscal no antigo IAPI. De extensa cultura, a cada Convenção apresentava sempre um grande número de teses, o que contribuiu para o aperfeiçoamento da Associação. Suas propostas ajudaram a moldar uma Entidade forte e consolidada.
Lutou pela incorporação da produtividade aos proventos da aposentadoria. Extremamente dedicado ao seu trabalho e à sua família, Sebastião Almeida Vieira foi um grande exemplo de integridade e honestidade para todos que tiveram a chance de com ele conviver. Faleceu antes de se aposentar, em 17/08/1979, com mais de 36 anos trabalhados. Foi um dos primeiros convencionais na I Convenção da Entidade.
Presidente: Og de Melo Fernandes
(1972-1973)
Representou o Estado do Rio Grande do Sul. Lutou bravamente pela sobrevivência da ANFIP durante a ditadura militar. Atuou junto ao Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp) em relação à reclassificação, para que os fiscais obtivessem isonomia com os fiscais de tributos federais.
Em depoimento à Entidade, disse considerar que a Associação se tornou muito melhor a cada ano que passou, florescendo num novo regime democrático e construindo excelente relacionamento com os órgãos do governo. Og de Melo Fernandes promoveu em sua gestão a IV Convenção Nacional, em Salvador (BA).
Presidente: Jabs Conti
(1973-1974)
Representou o Estado do Espírito Santo. Na época em que presidiu a Entidade havia muitas dificuldades de relacionamento da ANFIP com os órgãos da administração, em razão da vigência de um regime autoritário, com constantes ameaças e até telefonemas censurados.
Jabs Conti não se intimidou pelo período de ditadura militar e desenvolveu esforço concentrado de todo o Conselho Executivo em prol de um tratamento igualitário para ativos e aposentados. Destaque para a luta pela aprovação da Portaria SPS 1/74 (previsão de pagamento da produtividade aos aposentados e pensionistas), por ser uma imposição de justiça àqueles que realmente desbravaram o Brasil, divulgando e implantando efetivamente a Previdência no país.
Presidente: Aloísio de Melo
(1974-1975)
Representou o Estado de Minas Gerais. Ingressou na carreira de funcionário público na cidade do Rio de Janeiro. Ao longo dos anos, transferiu-se para Minas Gerais, instalando-se definitivamente em Belo Horizonte. Sempre acreditou que a união profissional poderia gerar vantagens à carreira de fiscal. Colaborou para a criação da associação mineira, bem como da nacional. Faleceu em 25/09/1990, abrindo uma lacuna nos corações dos seus familiares, bem como dos amigos que conquistou ao longo de sua existência. Deixou um exemplo de desempenho e dignidade, e um ideal de luta pela categoria dos fiscais, tanto regional como nacionalmente.
Aloísio de Melo realizou a V Convenção Nacional, em Belo Horizonte (MG), que teve como um dos temas principais o Plano de Classificação de Cargos, reunindo, além da classe, diversas autoridades da Administração Previdenciária e de outros órgãos.
Presidente: Vicente José Rocco
(1975-1976)
Representou o Estado de São Paulo. O período em que presidiu a Entidade coincidiu com a época em que o Instituto Nacional da Previdência Social era chefiado por Reinhold Stephanes e pelo secretário de Arrecadação e Fiscalização, Linneu Krippel. Ambos não sentiam qualquer simpatia pela fiscalização. Em reuniões, recebiam os integrantes da ANFIP com irritação e queixas. Com o tempo, porém, passaram a admirar e a respeitar a ANFIP, inclusive agradecendo o apoio recebido dos seus dirigentes.
Em sua gestão, os associados viram ser efetivadas a transposição e a transformação de empregos permanentes e cargos efetivos para, entre outras, a categoria funcional de Fiscal de Contribuições Previdenciárias, do Grupo Tributação, Arrecadação e Fiscalização.
Em depoimento à Associação, disse considerar a ANFIP uma Entidade altiva e corajosa em suas atitudes, à qual os agora Auditores-Fiscais se orgulham de pertencer. O empenho da Associação na defesa da classe sempre foi motivo de admiração. Faleceu em 06/06/2016, deixando imensa saudade.
Foi Secretário de Arrecadação e Fiscalização do Iapas no Estado de São Paulo.
Presidente: Silvio José Andriotti Silveira
(1976-1977)
Representou o Estado do Rio Grande do Sul. Lutou pela implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) que possibilitou a aposentadoria de inúmeros fiscais. Deu o primeiro passo para a consolidação de uma grande sede própria ao adquirir o primeiro imóvel da ANFIP, uma sala comercial em Niterói, no Rio de Janeiro.
Silvio José Andriotti Silveira realizou a VI Convenção Nacional, em Fortaleza (CE). Dedicou-se com destacado empenho às causas da classe, mantendo ativa participação nos eventos decisivos da ANFIP, tendo atuado como coordenador da Mesa Diretora de diversas Convenções Nacionais Ordinárias e Extraordinárias. Faleceu em 26/12/2013 e é lembrado com saudades e carinho pelos colegas.
Presidente: Antonio Pádua de Oliveira
(1977-1978)
Representou o Estado de Sergipe. Em plena ditadura militar lutou pelo retorno da Gratificação de Produtividade. Com intensa dedicação à vida associativa, participou do Conselho de Representantes por seis anos e do Conselho Fiscal, por quatro.
De natureza contestadora, demonstrava com ardor seu apreço à ANFIP. Enquanto esteve à frente da Entidade, a classe assistiu à criação do Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (Iapas), que concentrou as competências e atribuições de outros órgãos de arrecadação, fiscalização e cobrança das contribuições previdenciárias. O fato levou a ANFIP a se engajar ainda mais pela valorização e pelo fortalecimento do papel do fiscal. Nessa frente, Antonio Pádua de Oliveira lutou pelo restabelecimento do adicional de produtividade. Sua morte, ocorrida em 28/03/1999, interrompeu seu último mandato como conselheiro, deixando saudades.
Presidente: Nemyr Onofre Serpa
(1978-1979)
Representou o Estado do Rio Grande do Sul. Teve a gestão marcada pela incessante luta em defesa da classe fiscal. Promoveu intensa mobilização nacional junto a entidades de classes, empresas e de todos os segmentos da sociedade contra aqueles que desrespeitavam a imagem do fiscal. Participou da luta junto ao governo federal visando obter o auxílio-transporte, necessidade imperiosa na época e ainda hoje, conquistada após muito trabalho.
O período em que esteve à frente da ANFIP foi um dos mais difíceis para a classe fiscal, com a criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (Sinpas), mudança de governo, mudança de chefias da fiscalização e de órgãos como o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) e o Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp). Muitas lutas ficaram estagnadas, a exemplo da Gratificação de Produtividade. Por outro lado, as mudanças no Dasp criaram um ambiente de diálogo, de otimismo e de humanização da política de pessoal, com a extinção da comprovação de diária e a concessão das referências na aposentadoria. Realizou a VII Convenção Nacional, em Niterói (RJ). Sob sua gestão, a ANFIP consolidou o trabalho de defesa da Previdência Social e de maior justiça fiscal, alertando para o excessivo peso dos impostos sobre os rendimentos dos trabalhadores. Nemyr Onofre Serpa faleceu em 28/03/2004, deixando saudades.
Presidente: Marcelo Viana
(1979-1980)
Representou o Estado de Minas Gerais. Em sua gestão, todos os assuntos eram previamente discutidos e estudados por um grupo que então elaborava um relatório cujas conclusões eram votadas pelo Conselho Executivo. Estes estudos técnicos direcionaram as ações da ANFIP num momento extremamente difícil para o Brasil, comandado pela ditadura militar instalada em 1964.
Naquela época, a ANFIP sempre encontrava oposição nas tratativas com o governo, porém, o elevado nível técnico de seus estudos era bastante reconhecido. A grande luta da gestão foi para que fosse concedida gratificação que recompensasse a produtividade exigida pelo poder público, vitória que veio na forma do Decreto-Lei nº 1.710/80, que fixava a Gratificação de Produtividade para os Fiscais de Contribuições Previdenciárias (FCPs). A gratificação
Representou o reconhecimento de parte do trabalho exercido pela classe em defesa de toda a sociedade brasileira. Marcelo Viana faleceu em 27/02/2003 e sua ausência é sentida por todos que com ele conviveram.
Foi Reitor da Faculdade Educacional Monsenhor Messias de Sete Lagoas (Unifemm).
Presidente: Pedro Dittrich Júnior
(1980-1981)
Representou o Estado de Santa Catarina. Lutou incessantemente para que os FCPs pudessem receber integralmente a vantagem concedida pelo Decreto-Lei nº 1.710/80, chamada Gratificação de Produtividade, cujo índice inicial era apenas de 60% do vencimento básico, mais tarde chegando a 100%.
Desde aquela época o governo pensava em distinguir vantagens de ativos e aposentados, por isso a luta centrava-se em obter a extensão da Gratificação de Produtividade aos colegas aposentados anteriormente ao Decreto-Lei nº 1.710/80. Pedro Dittrich Júnior marcou sua gestão pela independência da ANFIP com relação à Administração Pública. Realizou a VIII Convenção Nacional, em Gramado (RS). Fez parte do Conselho Executivo da ANFIP por 18 anos. Faleceu em 08/12/2015, deixando imenso legado.
Foi Secretário de Administração Geral, Secretário de Controle Interno e Secretário de Contabilidade e Inspetoria na Direção Geral do Iapas.
Presidente: Marino da Silveira Soares
(1981-1982)
Representou o Estado do Rio de Janeiro. Um dos fundadores da ANFIP, foi considerado um dos mais combatentes e ferrenhos adversários da interferência da Administração Pública nos assuntos associativos. Foi eleito presidente na Convenção de Gramado (RS) sem estar presente. Encontrava-se nos Estados Unidos com outros colegas do serviço público, integrando um grupo de estudos de políticas sociais de entidades classistas. Participante convicto das atividades da ANFIP, ocupou inúmeros cargos na Entidade ao longo de mais de 15 anos, sendo muito lembrado por aqueles que com ele conviveram pelo espírito de luta.
Ciente da importância da memória institucional, promoveu a incorporação à ANFIP do acervo histórico da Associação dos Fiscais de Previdência Social (AFPS), primeira entidade unificada da categoria. Ajudou na fundação de várias associações de fiscais por todo o Brasil, na época em que era inspetor do Fundo Rural. Engajou-se profundamente na defesa do direito de sindicalização do servidor público, tendo sido um dos criadores da Associação Nacional dos Trabalhadores da Previdência Social (Antrapas), considerada uma entidade pré-sindical. Foi também da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB). Marino da Silveira Soares faleceu em 25/11/1988, deixando grande legado.
Presidente: Octaviano Santos Moreira
(1982-1983)
Representou o Estado da Bahia. Enquanto esteve à frente da Entidade, foram criados o logotipo e a marca da ANFIP, por meio de concurso aberto à sociedade.
Certa vez, relatou sobre as dificuldades de se manter uma entidade livre e atuante num regime de exceção como o da época da ditadura. Na sua gestão concedeu apoio irrestrito a simpósios, encontros e a todos os eventos promovidos pelas Regionais. De vida associativa bastante ativa, participou de inúmeras Convenções e continuou fazendo-o mesmo aposentado.
Alertava, já naquela época, para a baixa valorização dos servidores da carreira, a defasagem do efetivo, o alto número de aposentadorias, o estrangulamento dos salários e a baixa capacidade do Estado de atrair novos servidores.
Na sua gestão a ANFIP, em conjunto com a Apafisp (Estadual da ANFIP em São Paulo), promoveu o II Simpósio de Direito Previdenciário, em 1982. O evento teve quatro painéis que reuniram grandes especialistas da matéria, além de uma média de 500 participantes por sessão. Os anais do Simpósio registram como conclusões temas que, mesmo decorridos mais de 30 anos da realização do debate, ainda continuam suscitando discussões acaloradas. Realizou a IX Convenção Nacional, em Goiânia (GO). Octaviano Santos Moreira faleceu em 23/11/2014, sendo lembrado com carinho.
Presidente: Gilberto Ulysses Franceschini
(1983-1984)
Representou o Estado de São Paulo. Obteve a concretização de pleitos antigos da ANFIP, tais como a incorporação da Gratificação de Produtividade aos proventos dos aposentados anteriormente a novembro de 1979 e a regulamentação do pagamento da gratificação por exercício em determinados zonas ou locais, inóspitos. Obteve ainda a extensão das Gratificações de Desempenho e de Nível Superior para os FCPs. Todas estas conquistas representaram uma expressiva melhoria na remuneração dos fiscais. Foi Coordenador-Geral do II Simpósio de Direito Previdenciário.
Uma das maiores lutas da gestão de Gilberto Ulysses Franceschini foi a reivindicação da manutenção ou restabelecimento da equivalência estrutural e remuneratória com servidores fiscais da então Receita Federal. Neste contexto, destacou as várias campanhas da ANFIP para que adicionais e gratificações fossem estendidos igualmente aos Fiscais de Contribuições Previdenciárias, a exemplo da Gratificação de Desempenho, concedida em princípio apenas para Fiscais de Tributos Federais e, depois, após inúmeras ações da ANFIP, aos FCPs.
Foi Secretário Regional de Planejamento do Iapas em São Paulo.
Presidente: Gilberto Nobre Cavalcante
(1984-1985)
Representou o Estado do Ceará. Assinou o comodato do INSS para a sede da ANFIP no Rio de Janeiro. Na sua gestão conquistou a reintegração da Gratificação de Produtividade dos Fiscais de Contribuição Previdenciárias (FCP). Detentor de vasta experiência nas questões associativas, conquistou o respeito de colegas de todo o Brasil. Realizou a X Convenção Nacional, em Vitória (ES), que foi quase toda dedicada ao debate de temas sociais e previdenciários.
Durante a sua gestão, os FCPs foram surpreendidos pelo Decreto-Lei nº 2225, de 10/01/1985, criando a carreira de Auditoria do Tesouro Nacional, com a transposição somente dos Fiscais de Tributos Federais. Mais uma vez, os FCPs, integrantes até o momento do Grupo TAF (Tributação, Arrecadação e Fiscalização), foram discriminados, e a ANFIP iniciou uma nova empreitada em busca dos direitos de seus associados, que só veio a se concretizar em 1999, por meio da Medida Provisória 1915-1, que organizava a carreira de Auditoria Fiscal da Receita Previdenciária. Falecido em 18/09/2014, Gilberto Nobre Cavalcante deixou saudades aos que tiveram a chance de conhecê-lo.
Presidente: Cyro Moraes da Franca
(1985-1986)
Representou o Estado de Minas Gerais. Quando esteve à frente da ANFIP, deu prosseguimento à luta para a criação da carreira de Auditoria da Receita Previdenciária e atuou pela criação de mecanismos para permitir a manutenção, nas aposentadorias e pensões, de todas as parcelas de retribuição da atividade fiscal. A Entidade também começava a se preparar para participar ativamente do debate de temas de interesse na Assembleia Nacional Constituinte, que se avizinhava, em 1987.
Durante o mandato de Cyro Moraes da Franca, Maria de Lourdes Nunes Carvalho, representante do Maranhão, foi a primeira mulher a integrar o Conselho Executivo da ANFIP.
Presidente: Lêucio Flavo Moreira de Borges Sampaio
(1986-1987)
Representou o Estado da Bahia. Durante sua gestão foi instalado o escritório da ANFIP em Brasília, no Edifício Engenheiro Paulo Maurício. Promoveu a participação constante da ANFIP na elaboração de emendas para a Carta Magna de 1988.
Em seu tempo dominou a filosofia de um Conselho Executivo Colegiado, em que cada vice-presidente era o presidente de sua área, sob a coordenação do presidente. Lêucio Flavo Moreira de Borges Sampaio teve sua gestão enriquecida, já que foi integrada por vários ex-presidentes da ANFIP. Realizou a XI Convenção Nacional, em Recife (PE).
Presidente: Marville Taffarel
(1988-1989)
Representou o Estado do Rio Grande do Sul. Inaugurou a sede da ANFIP em Brasília, no local onde ainda se encontra. Promoveu intensa participação da Entidade durante a discussão e promulgação da Constituição de 1988. Acompanhou a aprovação da Lei nº 7.787/89, que deu base legal à obtenção da Gratificação de Estímulo à Fiscalização e Arrecadação (Gefa) – um marco na defesa dos aposentados (representando uma síntese das propostas defendidas pela ANFIP até então) que garantiu a “competência exclusiva ao Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (Iapas), ou sucedâneo, para arrecadar, fiscalizar, controlar e cobrar as contribuições previstas no Art. 195, da Constituição Federal, além de outras receitas da Seguridade Social”.
Marville Taffarel realizou simpósios regionais e um simpósio nacional em Brasília com a presença de debatedores internacionais. Tais eventos aprimoraram a posição e a luta da Entidade e da classe em prol da construção da Seguridade Social. Durante sua gestão promoveu o I Concurso Nacional de Teses e campanhas em defesa da Seguridade Social, inclusive impedindo a centralização da receita previdenciária no Tesouro Nacional e conseguindo a manutenção do Iapas na estrutura do Ministério da Previdência e Assistência Social. Integrou os Conselhos da ANFIP no período de 1985 a 1993. Organizou a XII Convenção Nacional, em Brasília (DF).
Presidente: César Eugênio Gasparin
(1989-1990)
Representou o Estado do Paraná. Lutou pela manutenção do antigo Iapas no Ministério da Previdência, impossibilitando o Caixa Único. Promoveu aquisições de unidades de apart-hotel em Brasília, que são usadas para estadia de conselheiros na capital federal.
Conseguiu aumento da Gefa, por meio da Presidência do antigo Iapas. Participou do debate sobre o Regime Único dos Servidores, levando a ANFIP a apresentar várias emendas ao projeto enviado pelo Executivo ao Legislativo. César Eugênio Gasparin faleceu em 08/05/2008 e é lembrado com carinho.
Foi Presidente do INSS e Diretor do Departamento de Previdência e Assistência Social do Instituto de Previdência e Assistência aos Servidores do Estado do Paraná (IPE).
Presidente: Aniceto Martins
(1990-1991)
Representou o Estado do Rio de Janeiro. Foi o primeiro presidente a comandar a Entidade por dois mandatos alternados, o primeiro de 1987 a 1988, e o segundo de 1990 a 1991.
Na primeira gestão foi obtida a Gefa pelo Decreto-Lei nº 2371/1987, na segunda a Gefa foi igualada para todos os fiscais independente do padrão de carreira de cada um, conforme resolução nº 0036/91. Transferiu a sede da ANFIP do Rio de Janeiro para Basília em 1988, cumprindo decisão emanada da Convenção de 1987, realizada em Recife (PE). Adquiriu, no mesmo ano de 1988, em final de construção, o prédio para sede da Entidade, onde até hoje funciona.
Aniceto Martins implantou Encontros Regionais e instituiu o Encontro Nacional de Aposentados e Pensionistas. O primeiro foi realizado em Vitória (ES) e o evento se tonou o grande momento de confraternização dos associados, desvinculado de questões políticas associativas. Em 1990 ciou a Revista da ANFIP (depois Revista da Seguridade Social e, atualmente, Revista Seguridade Social e Tributação). Ainda na primeira gestão, foi intensa a participação da ANFIP junto a constituintes. Houve ainda estímulo à criação de sindicatos de fiscais de contribuições previdenciárias nos estados e da respectiva federação nacional, tendo fornecido a todas as Associações Estaduais minuta de Estatutos de Sindicatos Estaduais e orientações voltadas à criação dos sindicatos nos estado, a partir de conhecimentos de um irmão (Manoel Martins), advogado trabalhista com longa experiência em questões sindicais. realizou a XIII Convenção Nacional, em Basília.
Foi Coordenador de Arrecadação e Fiscalização do Iapas no Estado do Rio de Janeiro.
Presidente: Pedro Augusto Sanchez
(1991-1992)
Representou o Estado de São Paulo. Lutou com sucesso contra a criação da autarquia especial de arrecadação e fiscalização de tributos e contribuições federais. Sob sua gestão, houve ainda publicação de Ato Normativo que previa a igualdade de retribuição da Gefa para todos os FCPs, independentemente das referências em que estivessem posicionados.
Acompanhou e apresentou emendas e sugestões concretas em relação à proposta de reforma constitucional encaminhada ao Congresso Nacional em 1991 (Emenda 411, de 03/10/1991), em especial aos artigos 40 e 94 da Constituição. Em sua gestão, a ANFIP fortaleceu a tradição de defesa intransigente da Previdência Social pública, participando de comissões especiais do Congresso e apresentando inúmeras propostas pertinentes relativas a todos os projetos de lei que, direta ou indiretamente, disciplinavam o sistema de Seguridade Social brasileiro. Pedro Augusto Sanchez ainda se manifestou em entrevistas e encontros com autoridades e estudiosos da matéria em simpósios e seminários, sempre sustentando que a Previdência Social era o maior patrimônio constituído pelo trabalhador brasileiro. Criou o informativo Linha Direta. Promoveu o II Encontro Nacional, em Florianópolis (SC).
Foi Diretor de Benefícios do INSS, Superintendente Regional do INSS no Estado de São Paulo e Superintendente Estadual da Geap, também em São Paulo. No Iapas em São Paulo, foi Superintendente Regional e Coordenador de Fiscalização.
Presidente: Francisco de Carvalho Melo
(1992-1993)
Representou o Estado de Alagoas. Durante sua Presidência foi publicada a Medida Provisória que instituiu a Gefa. Lutou pela equiparação salarial dos FCPs com os Auditores-Fiscais do Tesouro Nacional, conquista que ganhou mais relevância por ter sido alcançada no fim do governo do ex-presidente Fernando Collor. Promoveu a aquisição de área que ampliou a sede da ANFIP.
No Congresso Nacional, sua gestão participou intensamente de diversos trabalhos, como a elaboração do Relatório Britto e a discussão da Lei de Custeio e Benefícios. Também realizou vários eventos de discussão conceitual e técnica da Seguridade Social, que, pela qualidade, credenciaram ainda mais a ANFIP como fonte confiável a respeito do tema. Francisco de Carvalho Melo realizou a XIV Convenção Nacional, em Brasília, e o III Encontro Nacional, em Curitiba (PR). A partir da XIV edição, as Convenções Nacionais passaram a ser realizadas a cada dois anos, quanto também haveria a eleição e a posse dos conselheiros da ANFIP.
Presidente: Floriano Martins de Sá Neto
(1993-1995)
Representou o Estado do Mato Grosso. Inaugurou o mandato de dois anos consecutivos. Combateu a Revisão Constitucional, que previa a retirada de direitos dos servidores públicos, como o fim da estabilidade, a diferenciação de reajustes entre civis e militares e a desvinculação entre os proventos da aposentadoria e a remuneração dos servidores ativos.
No período em que esteve à frente do ANFIP, foram realizadas eleições para a escolha de parlamentares e o presidente da nação, fato que levou a Entidade a incentivar os associados a terem uma participação efetiva no processo eleitoral, porém sem partidarismo. Planejou o projeto “Ciclo de Estudos sobre a Temática Sonegação, Fraudes e Evasão das Contribuições Previdenciárias”, cujo encerramento aconteceu no Seminário Internacional sobre Estudos da Seguridade Social, realizado na Câmara dos Deputados, que reuniu especialistas de renome com o objetivo de produzir trabalhos, subsídios e propostas de aprimoramento da Seguridade Social para entrega ao Congresso Nacional e presidente eleitos.
Outra realização do seu mandato, em favor da Seguridade Social, foi a criação do Fórum Permanente em Defesa da Previdência Pública, em maio de 1995, em cuja estruturação a ANFIP teve papel ativo e fundamental. O evento foi instituído pela Frente Parlamentar e de Entidades Civis e Militares em Defesa da Previdência.
Floriano Martins de Sá Neto trabalhou pela efetivação dos excedentes do concurso de 1985 e fez gestões para que fosse realizado o pagamento da diferença da Gefa. O marco da sua gestão foi a busca do trabalho em comum da categoria com as entidades de classe e nos fóruns de servidores. Promoveu a XV Convenção Nacional, em João Pessoa (PB), e o IV Encontro Nacional, em Salvador (BA). Foi Secretário Executivo do Ministério da Previdência.
Presidente: Severino Cavalcante de Souza
(1997-1999)
Representou o Estado do Amazonas. Realizou trabalho incansável para impedir que o governo aprovasse na Câmara dos Deputados e no Senado Federal emendas constitucionais que promoveram a reforma da previdência e a reforma administrativa.
A atuação da ANFIP foi intensa no Poder Legislativo, tendo sido a primeira Entidade convidada a prestar depoimento perante a Comissão Especial de Reforma Previdenciária, em que defendeu mais uma vez seu compromisso com um sistema público e sustentável de Previdência Social. A Associação acabou por apresentar uma Emenda Substitutiva Global para o projeto da reforma previdenciária, assinada por cerca de 300 parlamentares. Durante a tramitação da matéria no Senado, foi alcançada a manutenção da paridade entre ativos e aposentados.
Lutou também contra a aprovação da lei que previa a majoração e a instituição de contribuição para ativos e aposentados. Embora aprovada, tal lei suscitou a união das maiores entidades representativas de servidores para elaboração de medidas de segurança, com obtenção de liminares por todo o Brasil contra tais contribuições. Mais tarde, mediante empenho da ANFIP junto a parlamentares, a contribuição dos servidores aposentados foi abolida pela expedição de dispositivo legal, mas posteriormente voltou a ser incluída por meio de Emenda Constitucional.
Severino Cavalcante de Souza deu continuidade ao projeto “Ciclo de Estudos sobre a Temática Sonegação, Fraudes e Evasão das Contribuições Previdenciárias”, cuja metodologia foi reorientada a fim de evidenciar a valorização dos associados das Estaduais. Estes associados puderam expor conhecimento e experiência sobre o tema, que levaram a resultados imediatos, como uma maior interação entre as diversas áreas dos Poderes Executivo e Legislativo, das esferas federal, estadual e municipal. Organizou ainda a XVII Convenção Nacional, em Brasília e promoveu o VI Encontro Nacional, em Bonito (MS).
Presidente: Antônio Rodrigues de Sousa Neto
(1999-2001)
Representou o Estado do Piauí. Enfrentou uma conjuntura adversa, marcada pela ofensiva neoliberal que buscava destruir o aparelho do Estado e promover o desmonte das políticas públicas.
Mesmo diante dos entraves, a ação da ANFIP se mostrou firme, com participação em dezenas de congressos, simpósios, seminários, audiências públicas e reuniões no âmbito do Executivo e do Legislativo. Um dos pontos altos da sua gestão foi a conquista do Plano de Carreira para os Auditores-Fiscais da Previdência Social, garantindo as atribuições do Fisco Previdenciário no tocante ao Regime Geral, Regime Próprio e Previdência Complementar. Após uma acirrada luta junto ao Poder Executivo para inclusão da carreira na Medida Provisória do Fisco (originalmente Medida Provisória 1915), a ANFIP empreendeu um enorme trabalho de convencimento e persuasão no sentido de aperfeiçoar o texto em vários aspectos, como a extensão da Gratificação de Desempenho de Atividade Tributária (GDAT) aos aposentados e aos pensionistas. A equiparação das carreiras resultante da medida foi o primeiro passo para a unificação posterior dos Fiscos, que veio a ocorrer em 2007.
No campo da formação, o grande marco foi a criação da Fundação ANFIP, que institucionalizou o grupo de estudos existente que já produzia publicações. Também reestruturou as Estaduais, adotando uma política de fortalecimento. Outra grande realização de seu ciclo foi a edição do VII Encontro Nacional sediado em Gramado (RS), em comemoração aos 50 anos da Entidade e que reuniu mais de cinco mil pessoas. A gestão de Antônio Rodrigues de Sousa Neto incluiu ainda diversas ofensivas em aspectos como a política de comunicação, a racionalização do processo de trabalho da fiscalização e a reorganização administrativa da ANFIP, tornando-a mais dinâmica e ágil na prestação de serviços aos associados. Promoveu a XVIII Convenção Nacional, em Brasília.
Foi Secretário de Fazenda e Secretário de Planejamento do Estado do Piauí.
Presidente: Rodolfo Fonseca dos Santos
(2001-2003)
Representou o Estado de São Paulo. Presidiu a ANFIP num período marcado por incertezas quanto aos interesses dos assalariados em geral e dos servidores públicos em particular, em razão das eleições para presidente da República e para o Congresso Nacional. Como forma de participar ativamente do processo, a Entidade se empenhou para incluir na agenda dos candidatos temas como a recuperação do aparelho do Estado, o respeito aos direitos do servidor público, a defesa intransigente da Seguridade Social, o aumento gradual do salário mínimo e o desenvolvimento de uma política de inclusão social e de valorização da cidadania.
Na luta específica da categoria, entre as principais vitórias está a aprovação definitiva da Medida Provisória que instituiu a carreira de Auditoria Fiscal da Previdência, com os seguintes ganhos: a expressiva melhoria das remunerações das classes iniciais; o respeito ao Princípio Constitucional da paridade de vencimentos entre associados ativos, aposentados e pensionistas; a proibição de contratação de Auditores-Fiscais pelo regime de emprego público; a ampliação do quadro de Auditores-Fiscais da Previdência Social e a melhoria das condições de trabalho.
Dedicou-se intensamente ao debate da reforma tributária, no qual a ANFIP assumiu papel de protagonista, alertando, já naquela época, para o risco de substituição ou eliminação da folha de pagamento como principal fonte de custeio da Previdência Social. A Entidade também se posicionou a respeito de temas como Previdência Complementar no serviço público, contribuição de inativos, regulamentação do direito de greve e reforma administrativa, sempre no sentido de preservação dos direitos adquiridos do servidor ativo e aposentado.
No campo político-institucional, foram ampliadas as alianças internas e externas, com nova dinâmica nas relações com a imprensa, mantendo-se a regularidade da Revista de Seguridade Social e dos demais veículos e aperfeiçoando-se a página na internet, contribuindo para a divulgação do sistema de Seguridade Social. Na gestão de Rodolfo Fonseca dos Santos foi ampliada também a sede da Entidade, com a aquisição do restante do prédio onde se localiza a ANFIP. Organizou a XIX Convenção Nacional, em Brasília, e o VIII Encontro Nacional, em Manaus (AM).
Presidente: Marcelo Oliveira
(2003-2005)
Representou o Estado de Rondônia. Em seu mandato a ANFIP enfrentou desafios externos e internos. Externamente: posição frente ao governo Lula; reformas propostas (previdência, tributária e sindical); forte possibilidade de substituição da base de cálculo da folha de pagamento e a vontade de setores do governo de retirar algumas das atribuições dos Fiscais de Contribuição Previdenciária (fiscalização dos regimes próprios e das entidades fechadas de previdência complementar).
Internamente, foi preciso defrontar: a necessidade urgente de aperfeiçoamento do sistema de comunicação da Entidade; a necessidade de ganhos na área jurídica; a quitação de exercícios anteriores pendentes; a urgência na solução de pleitos salariais; o fortalecimento da ANFIP e das suas Regionais; a estruturação da área arrecadatória do RGPS e fortalecimento da estrutura de trabalho dos auditores; o aprimoramento da área de auditoria/corregedoria; a necessidade de concursos externos e de remoção e reversão; a busca de melhoria nas condições de trabalho; a ampliação da visibilidade e respeito nacionais; o aprimoramento das respostas a associados e aperfeiçoamento de serviços acessórios assistenciais e profissionais.
Durante a gestão de Marcelo Oliveira foram realizados o IX Encontro Nacional, em Foz do Iguaçu (PR), e a XX Convenção Nacional, em Brasília.
Presidente: Ovídio Palmeira Filho
(2005-2007)
Representou o Estado de Goiás. O marco principal da gestão foi a criação da nova carreira de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, com a aprovação do projeto que unificou as fiscalizações, resultando na entrada em pleno funcionamento da Receita Federal do Brasil. Pode ser considerada, sem dúvida, uma conquista histórica, que propiciou o fortalecimento da categoria e abriu campo para avanços significativos para os Auditores-Fiscais. O êxito decorreu de intenso e continuado trabalho de 15 mobilizações durante 21 meses, que contou com a participação decisiva dos Conselhos Executivo, de Representantes e Fiscal, e da adesão de associados de todos os estados. Foram realizados ainda vários debates, entrevistas a diversos veículos da imprensa nacional e audiências públicas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Outro marco da gestão foi a vitoriosa campanha salarial, com a conquista de reajuste acima das expectativas, após longo período sem as devidas correções salariais. O sucesso da iniciativa resultou também de intenso trabalho de mobilização que contou com a participação dos associados nos estados. Outro fator decisivo na campanha salarial foi a criação do Movimento Nacional de Valorização do Serviço Público, uma iniciativa do presidente da ANFIP e dos dirigentes do Sinait (Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho) e da Unacon Sindical (Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle), que surgiu no início de 2006 e integrava, então, um conjunto de 14 Carreiras de Estado do Executivo federal.
Vários outros acontecimentos podem ser citados, resumidamente, como a mobilização contra a proposta do “deficit zero” das contas públicas; o combate às mudanças no Supersimples, que prejudicariam a Seguridade Social, e várias ações na área judicial. Em maio de 2006, foi realizado em Vitória (ES) o X Encontro Nacional dos Auditores-Fiscais. Também durante a gestão, pela primeira vez em toda a história da Entidade, a ANFIP conseguiu espaço na Rede Globo de televisão, em cadeia nacional, para desmistificar o propalado “deficit previdenciário”. Em abril de 2007, durante as comemorações dos 57 anos da Entidade, foi inaugurada a TV ANFIP, com a transmissão, via internet, do workshop “Receita Federal do Brasil: uma realidade”, realizado em Brasília. Ainda durante o mandato de Ovídio Palmeira Filho, foi realizada a XXI Convenção Nacional e foi conduzida a reforma geral da sede da Entidade, integrando o antigo edifício às salas adquiridas anteriormente.
Presidente: Assunta Di Dea Bergamasco
(2007-2009)
Representou o Estado de São Paulo. Foi a primeira presidente mulher da ANFIP. Sua gestão dedicou-se quase completamente à campanha salarial da categoria, cuja proposta final foi inovadora no sentido de promover a remuneração por subsídio, o que
Representou a resolução em parte de um problema que afetava os associados há vários anos, a questão da paridade entre ativos, aposentados e pensionistas. As negociações foram difíceis, sob a alegação das inconstâncias na economia, mas os esforços resultaram no fechamento de um acordo com o governo que estabeleceu os novos níveis de remuneração.
Depois da assinatura do acordo, em 30 de junho de 2008, o Poder Executivo encaminhou ao Congresso Nacional a Medida Provisória 440, disciplinando a nova modalidade de remuneração, subsídio, com efeitos financeiros a partir de 1º de julho de 2008. Teve início aí outro embate, no sentido de aperfeiçoamento do texto, com apresentação de emendas nas questões das vantagens pessoais, progressões e promoções, entre outras, que, infelizmente, não foram acatadas. Desde então a Entidade tem buscado duas vias de resolução: atuação no Congresso Nacional e ações judiciais.
Outro tema que marcou a Presidência de Assunta Di Dea Bergamasco foi a consolidação da unificação dos Fiscos. Realizou-se ampla pesquisa avaliando o processo e a partir daí foi formado um grupo de trabalho para diagnosticar os problemas e propor soluções. As discussões deram origem ao documento “Consolidando a Secretaria da Receita Federal do Brasil criada pela Lei 11.457/2007”, em novembro de 2008, que foi entregue à Secretaria da Receita Federal, ao Ministério da Fazenda e, ainda, às Superintendências da RFB nos estados.
A ANFIP também participou ativamente do debate de temas da maior importância, como reforma tributária, salário mínimo, fator previdenciário, cobrança previdenciária de inativos e previdência complementar do servidor. Sobre a reforma tributária, em parceira com a Fundação ANFIP, a Entidade realizou o 1º Seminário Reforma Tributária. Em sua gestão foi realizada ainda a I Convenção Extraordinária da Associação, em Brasília, o XI Encontro Nacional, em Belo Horizonte (MG), e a XXII Convenção Nacional, em Brasília.
Presidente: Jorge Cezar Costa
(2009-2011)
Representou o Estado de Sergipe. Em sua gestão, a ANFIP exerceu, pela primeira vez, a Presidência do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), de abril de 2010 a maio de 2011.
No campo corporativo, buscou o cumprimento integral das cláusulas do acordo de reajuste salarial de 2008 e o fortalecimento da integração das carreiras no período pós-unificação. Fez a defesa da construção da Lei Orgânica do Fisco, com atuação intensa em audiências públicas e reuniões com representantes do governo no grupo de trabalho que desenvolveu a minuta. A ANFIP foi também uma das realizadoras de seminário sobre o tema.
Enfrentou eleições presidenciais, ocasião em que, junto com o Fonacate, encaminhou carta aos candidatos com pleitos dos servidores públicos. No Congresso Nacional, defendeu a extinção da cobrança previdenciária dos inativos, tema da PEC 555/2006, que chegou a ser debatida com o então vice-presidente da República, José Alencar. Graças aos esforços e tratativas junto ao presidente da Câmara, ao líder do governo e a outros parlamentares, foi criada a Comissão Especial para analisar a matéria. Promoveu combate intenso ao Projeto de Lei que mais tarde veio a criar a previdência complementar do servidor público (PL 1.992/2007).
Na comemoração dos 60 anos da Entidade, a Associação foi homenageada pela Câmara dos Deputados, em sessão especial, ocasião em que fez o lançamento do livro “ANFIP 60 Anos – Em defesa de um Brasil melhor”. Realizou campanha de valorização do Auditor-Fiscal, com veiculação de peças em grandes veículos de mídia. Promoveu ainda a XXIII Convenção Nacional, em Gramado (RS), a II Convenção Extraordinária, em Brasília, e o XII Encontro Nacional, em Bonito (MS).
Foi Secretário Regional de Planejamento e Chefe da Divisão de Arrecadação e Fiscalização do Iapas em Sergipe. Também atuou como Coordenador Regional do Programa de Educação Previdenciária em Sergipe e como Gerente Executivo do INSS em Aracaju.
Presidente: Álvaro Sólon de França
(2011-2013)
Representou o Estado de Goiás. Foi o segundo associado a exercer a Presidência da Entidade por dois períodos alternados: 1995-1997 e 2011-2013.
Na gestão mais recente, atuou diretamente pela aprovação da lei que criou a Indenização de Fronteira para os Auditores-Fiscais da RFB e da lei anticorrupção, que permite a punição de empresas envolvidas em atos de corrupção contra a Administração Pública. Ainda no Congresso Nacional, entre outras discussões, participou intensamente dos debates sobre a Emenda Constitucional 70/2012 (aposentadoria por invalidez para o servidor), as PECs 443/2009 (subsídio equivalente a 90,5% do salário de ministro do Supremo Tribunal Federal) e 555/2006 (fim da cobrança previdenciária do servidor aposentado e do pensionista) e o Projeto de Lei que regulamenta a greve no serviço público. Também propôs Ação Direta de Inconstitucionalidade contra o Decreto Presidencial 7.777/2012, que praticamente inviabilizava a greve no serviço público.
Álvaro Sólon de França propôs mandado de injunção no Supremo Tribunal Federal para garantir o cumprimento do artigo 37 da Constituição, que prevê a correção anual dos salários dos servidores públicos. Lutou ainda contra a criação da Funpresp, a fundação de previdência complementar do servidor, e pela manutenção e valorização da Geap de modo a garantir o justo e necessário atendimento à saúde dos servidores públicos. Realizou campanha de valorização do Auditor-Fiscal, com veiculação de peças em grandes veículos de mídia.
Em suas gestões foram realizados o V Encontro Nacional, no Rio de Janeiro (RJ), o XIII Encontro Nacional, em Natal (RN), as XVI e XXIV Convenções Nacionais, a primeira em Fortaleza (CE) e a segunda em Manaus (AM), e a III Convenção Extraordinária, em Brasília.
Foi Secretário Geral do Ministério da Previdência Social e Ministro interino da Previdência Social, além de Coordenador do Programa Nacional de Estabilidade Social do Ministério da Previdência Social, atual Programa de Educação Previdenciária.
Presidente: Margarida Lopes de Araújo
(2013-2015)
Representou o Estado de São Paulo. Assumiu a Presidência do Conselho Executivo da ANFIP na primeira eleição direta promovida pela Entidade.
Sua gestão foi marcada pela luta constante em prol da valorização dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, sempre com tratamento igualitário entre ativos e aposentados. Neste sentido, ponto alto de seu período foi o intenso empenho pela aprovação da PEC 555/2006, pronta para votação no Plenário da Câmara dos Deputados, matéria que põe fim à absurda contribuição previdenciária de aposentados e de pensionistas. A Entidade realizou em 2014 audiências e atos públicos em todo o país, em trabalho conjunto inédito com outras entidades classistas, com destaque para o Dia Nacional de Luta pela PEC, o Encontro Nacional de Servidores Públicos e Aposentados e para a formação do UNA-SE, o Movimento Unificado dos Idosos, dos Aposentados e Pensionistas do Serviço Público e do INSS. Graças à luta da Entidade, registre-se ainda a vitória com a aprovação em dois turnos, na Câmara dos Deputados, da PEC 434/2014 (apensada à PEC 170/2012) que assegura a aposentadoria integral para o servidor público atingido pela invalidez.
Matérias que tratam da organização da administração tributária, da licença para o exercício do mandato classista e dos parâmetros remuneratórios também estiveram em pauta. Sobre remuneração, desenvolveu-se uma intensa luta para aprovação das PECs 443/2009, 147/2012, 391/2014 e 102/2015, que equiparam o limite remuneratório de carreiras de Estado, entre elas a de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, a 90,25% do subsídio do ministro do Supremo Tribunal Federal.
Temas como fortalecimento da Receita Federal do Brasil, com a recomposição do quadro de Auditores-Fiscais, a vitoriosa luta para contratação dos excedentes no concurso de 2014 para AFRFB, Indenização de Fronteira, Lei Orgânica do Fisco, porte de arma e carteira funcional, entre outros, foram amplamente defendidos. Nas questões associativas, destaque para a atuação do Conselho Executivo no sentido de tornar obrigatória a inclusão da disciplina Direito Previdenciário na grade curricular dos cursos de Direito regularmente reconhecidos e em funcionamento no Brasil.
Margarida Lopes de Araújo esteve à frente das comemorações dos 65 anos da ANFIP. Na sua gestão foram promovidos ainda o XIV Encontro Nacional, em São Paulo (SP), a XXV Convenção Nacional, em Maceió (AL), e a IV Convenção Extraordinária, em Brasília.
Presidente: Vilson Antonio Romero
(2015-2017)
Representou o Estado do Rio Grande do Sul. Em conjunto com seus vice-presidentes, realizou trabalho incansável para impedir que as reformas trabalhista e da Previdência propostas pelo Governo Federal fossem aprovadas na Câmara e no Senado, além de intensa luta em torno da Campanha Salarial.
Em sua gestão, participou de diversas reuniões e palestras para expor a opinião da Entidade sobre os prejuízos contidos na proposta da Reforma da Previdência, prevista na PEC 287/16. A ANFIP, neste período, foi o principal contraponto da reforma, esclarecendo a sociedade sobre os preceitos constitucionais relativos à Seguridade Social, que garantem um sistema superavitário. A ANFIP também integrou a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência, recriada no Senado Federal por solicitação do presidente Romero.
O longo processo de negociação da Campanha Salarial marcou os dois anos de gestão. Romero buscou em todas as frentes, Casa Civil, Ministério do Planejamento, Receita Federal do Brasil e Congresso Nacional, a manutenção do subsídio como forma de remuneração aos integrantes da carreira. Com a edição da Lei 13.464/17, confirmando o reajuste e a criação do Bônus de Eficiência, a ANFIP passou a buscar na Justiça a garantia da paridade entre ativos e aposentados.
Para os associados, também ficou assegurada a inscrição em precatório do valor controverso da GDAT e parcela dos beneficiários da GIFA, entre outras ações. A Entidade também conseguiu liminar na Justiça a fim de determinar a migração das pastas funcionais de Auditores Fiscais da Receita do Brasil do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para o Ministério da Fazenda.
Em seu último ano de gestão, promoveu a XXVI Convenção Nacional da ANFIP. O maior evento político-institucional da Entidade debateu assuntos de interesse público, como a corrupção e as reformas tributária e previdenciária, além das alterações do Estatuto Social da ANFIP.
No seu mandato, houve prioridade para uma administração modernizadora, com o implemento do sistema de assembleias gerais, do voto eletrônico, da interação constante através das redes sociais e da consolidação da entidade como protagonista juntos aos Poderes da República..