Os membros dos Conselhos Executivo e Fiscal da ANFIP-MG, eleitos para o biênio 2018/2020, tomaram posse simbólica em solenidade que aconteceu no dia 29 de setembro de 2018, no Crea-MG, em Belo Horizonte. O evento foi marcado por discursos que fizeram reflexão sobre atuação da Associação na defesa dos associados e da sociedade em geral e sobre a nova visão institucional da categoria, especialmente no que diz respeito à integração e união.
Quem abriu a cerimônia foi a presidente da ANFIP-MG no período de 07/2017 a 06/2018, Ana Lúcia Guimarães Silva, que destacou como uma das grandes dificuldades daquele momento a insatisfação da categoria com a perda da paridade e do subsídio. “Perdemos por causa do nosso comodismo e da falta de união. Não participamos das assembleias que traçaram nosso destino. Éramos maioria, poderíamos ter obtido um resultado diferente. Mas, em razão de nossa ausência, a minoria definiu nossa condição atual”, lamentou.
Por isso, disse ela, é imprescindível que os associados participem das demandas que envolvem seus direitos, o que vale também para a reforma da Previdência, que voltará a ser imposta sem a devida discussão após as eleições.
Ana Lúcia ainda destacou ações importantes realizadas durante a gestão que se encerra, como a reunião para explicar e orientar os associados sobre ações judiciais de seu interesse, a qual contou com a presença do presidente e do jurídico da ANFIP e da advogada que é patrona de várias ações propostas pela ANFIP.
Por fim, ela também lembrou do VIII Encontro Estadual dos Aposentados e Pensionistas; do seminário sobre a Funpresp (Previdência Complementar dos Servidores Públicos); da celebração dos 50 anos da ANFIP-MG; bem como da busca incessante de informações sobre ações judiciais junto às reuniões dos Conselho de Representantes da ANFIP.
“Então, como a luta tem que continuar e diante das ofensas que sempre temos sofrido dos governantes, aqui simbolizamos a troca de bastão, desejando que os próximos conselheiros continuem com essa garra na luta pela valorização da categoria e na busca incessante pelos direitos e bem-estar dos associados”, concluiu.
Visão ecossistêmica e atuação conjunta
Em sua manifestação, o superintendente da Receita Federal do Brasil (RFB) na 6ª Região Fiscal, Mário Dehon, saudou os colegas, externou sua satisfação em estar presente na solenidade e defendeu uma visão ecossistêmica no âmbito da Receita Federal. “Uma empresa ou uma profissão morrem por falta de relevância social. Assim, temos que pensar qual o nosso papel na sociedade para mantermos a relevância social que temos. Isso só será possível com uma visão ecossistêmica. Temos que ser uma categoria que não se enxerga apenas a si mesma. Precisamos nos integrar definitivamente com tudo o que nos faz fronteira e que participa desse ecossistema”, postulou.
“A nossa instituição íntegra e integrada com o conjunto de contribuintes e com as entidades representativas das diversas categorias que formam a RFB são responsáveis conjuntamente por manter nossa relevância social. Então, minha querida nova administração da ANFIP-MG, conto com vocês e me coloco como primeiro parceiro para rompermos com essas fronteiras e avançarmos nessa direção [do ecossistema]”, finalizou.
Já o superintendente de Administração do Ministério da Fazenda em Minas Gerais, Acácio Cândido da Silveira, agradeceu a honra de participar, mais uma vez, de uma solenidade da ANFIP-MG e destacou o reconhecimento, por todos, da eficiência e forma como a Associação defende os interesses dos Auditores-Fiscais. “Sou testemunha, pois tenho o privilégio de compartilhar amizade com diversas pessoas que já passaram pela direção da entidade. Por outro lado, desde que assumi a superintendência, sempre tivemos apoio irrestrito da ANFIP-MG em todos os eventos que participamos e que nos incumbe institucionalmente. Por isso, desejo aos membros dos Conselhos Executivo e Fiscal pleno sucesso nesse biênio e que suas metas sejam atingidas”, pontuou.
Representando o presidente da ANFIP, Floriano Martins de Sá Neto, o vice-presidente de Assuntos da Seguridade Social daquela entidade, Décio Bruno Lopes, ressaltou que, em momentos como esse, de turbulência política, econômica e de desestruturação e desvalorização da categoria, as entidades devem privilegiar uma administração por objetivos, que tente congregar ideias inovadoras e de união. “Esse tem sido o objetivo da ANFIP, especialmente no que se refere à questão da visão ecossistêmica e da relevância social, citadas pelo Mário Dehon. Como exemplo, mencionamos a reforma da Previdência. Antecipando a proposta feita pelo governo através da PEC 287/2016, começamos a desenvolver um trabalho com o propósito de levar a toda a sociedade a discussão sobre os sete pontos da reforma que viria, no que logramos êxito”, disse.
Por fim, Décio Lopes destacou a importância da ANFIP para os Auditores — “pois ela congrega todas as associações estaduais e traz nossa identidade” — e para a sociedade, ao discutir temas de interesse geral. “Por isso, em nome do Conselho Executivo da ANFIP, desejamos um grande êxito nessa gestão que se inicia”, finalizou.
A vice-presidente de Assuntos Parlamentares da ANFIP e vice-presidente de Política de Classe e Cultura Profissional da ANFIP-MG, Ilva Franca, também destacou o trabalho conjunto da ANFIP e da ANFIP-MG, enumerando os trabalhos desenvolvidos recentemente, como a Campanha Salarial; a luta contra a reforma da Previdência nos termos propostos pelo governo; a Reforma Tributária Solidária; e a campanha Voto Consciente Servidor Público Eleições 2018.
Sobre a reforma da Previdência, destacou o papel da ANFIP em mostrar que a Previdência não era deficitária e a campanha “Se votar, não volta!”, que pressionou os parlamentares a não votarem a favor da PEC 287/2016, o que culminou no enterro simbólico da matéria, em fevereiro de 2018. Ilva alertou que a matéria será colocada em votação novamente após as eleições e que corre o risco de ser aprovada ainda este ano, pois os parlamentares não precisarão mais se preocupar com o voto do povo.
Em relação à Reforma Tributária Solidária, explicou que o objetivo é fomentar um debate amplo e democrático, com o intuito de corrigir as aberrações do Sistema Tributário Nacional, que tem caráter regressivo, no qual a tributação é focada no consumo e tem pouca incidência sobre a renda, a riqueza e o patrimônio.
No que diz respeito ao Voto Consciente, ressaltou a necessidade de se formar uma bancada de servidores públicos no Congresso Nacional, a fim de que o serviço público de qualidade seja defendido no parlamento. “Somos cerca de 16 milhões de servidores públicos no Brasil, com potencial de influência de 35 a 45 milhões de votos, e não temos uma bancada no Congresso Nacional. Por isso, estamos trabalhando para conscientizar os servidores públicos de que é importante votar em candidatos que podem fazer a diferença, independente de partidos; candidatos que sejam comprometidos com o serviço público de qualidade”, observou.
Por fim, disse que acredita no trabalho que as entidades desenvolvem e disse que “com nossa luta, persistência e fé, vamos manter e resgatar nossos direitos adquiridos — como a paridade e a injusta contribuição previdenciária de aposentados e pensionistas —, bem como continuar lutando pela valorização do cargo de Auditor-Fiscal e por melhores condições de trabalho”.
Agradecimentos e propósito da nova gestão
Quem encerrou a solenidade de posse foi a presidente do Conselho Executivo eleita para o biênio 2018/2020, Ana Maria Morais da Silva, que confidenciou ter se sentido surpresa e honrada por ter recebido a maioria dos votos na eleição, embora tivesse a expectativa de que ficaria entre os eleitos para compor o Conselho, “pois são muitos os colegas que me honram com seus votos, conhecedores do meu trabalho e dos meus propósitos”. Foi nesse espírito que agradeceu e se comprometeu a levar adiante, “com garra e determinação, a missão de presidir o Conselho Executivo da ANFIP-MG”.
Ana Maria lembrou que não é por acaso que a ANFIP-MG completou 50 anos em junho passado, uma vez que, entre uma gestão e outra, tem-se construído uma bela história de defesa dos associados e de toda a categoria. “Quero conclamar a todos os conselheiros que neste momento são empossados a nos unirmos em torno de um projeto de defesa incansável dos direitos dos Auditores-Fiscais, principalmente dos aposentados e pensionistas. Mas não podemos nos esquecer do nosso compromisso com a sociedade brasileira, com a defesa da justiça fiscal, da melhor distribuição de renda e da preservação da previdência social pública e igualitária para todos os brasileiros”, destacou.
Por fim, informou que um dos objetivos que almeja para a gestão que se inicia é promover a harmonia e o discernimento no debate das ideias e propostas levadas ao Conselho, a fim de que prevaleça o equilíbrio necessário para a tomada de decisão, “visando sempre o crescimento e o fortalecimento de nossa entidade”.
“Agradeço ainda o trabalho e a disponibilidade de nossos representantes — nossa extensão junto aos colegas do interior — e manifesto o reconhecimento aos nossos funcionários e colaboradores, que trabalham com dedicação, empenho e muito amor. Para finalizar, peço a Deus que abençoe esta gestão, trazendo muita proteção, inspiração, luz e paz a todos”, pontuou.
Fonte: ANFIP MG