A ANFIP-MG é hoje o resultado de uma bela história, construída ao longo de mais de 50 anos, numa narrativa de pessoas que doaram muito de si. Para começar, não se chamava ANFIP-MG e nem congregava tudo o que se chama hoje Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil. Sua evolução até chegar aonde estamos foi pari passu junto com o desenvolvimento da Previdência Social, capitaneada em seus primórdios pelos IAPs – Institutos de Aposentadoria e Pensão de diversas categorias fiscais, como os do IAPI, IAPC, IAPTEC, etc.
Em 1966, foram reunidos sob a denominação de INPS todos os chamados IAPs. Para responder a essa nova configuração da Previdência Social, criou-se em dezembro de 1967 (com registro em cartório em 1968) a AMFISP (Associação dos Fiscais de Contribuições Previdenciárias de Minas Gerais), congregando em torno de si todos os fiscais dos extintos IAPs. Em 1976, essa denominação foi substituída pelo nome de AFIMG.
Como a sindicalização não era permitida aos servidores públicos, as Associações reuniam em si as duas funções: a de agregadora da categoria e a de reivindicadora. Dessa maneira, a AFIMG era apenas a primeira entre outras associações que também se organizavam nos outros estados.
Curioso que essa mesma denominação AFIMG já tinha sido usada lá nos idos de 1957 para designar os fiscais do antigo IAPC, os Iapeciários de Minas Gerais.
Em 1977, cerca de dez anos depois de sua fundação, a AFIMG lançou a primeira edição de seu jornal O Fiscal. Seu conteúdo refletia o grande esforço de diálogo com os associados, reproduzindo em suas matérias o que se acreditava ser o que mais interessava à categoria, tendência mantida até os dias de hoje. O jornal já se encontra na edição número 235. Um dos presidentes da AFIMG, Marcelo Vianna, definiu muito bem a que veio O Fiscal: “fazer chegar a todos aqueles que compõem a grande família previdenciária o eco das notícias e das reivindicações da laboriosa classe dos fiscais previdenciários de Minas Gerais”. Esse jornal tornou-se, ao longo da história da ANFIP-MG, o catalisador da voz da categoria ante tantas incertezas que de tempos em tempos viriam a perturbar seus associados.
Com o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SIMPAS), esses momentos de mudança sempre se tornavam ocasião de inquietações. Era quando o papel da Associação mais se evidenciava como elemento de coesão dos associados, na vigilância e luta pela preservação, e, se possível, ampliação das prerrogativas da Fiscalização. Em 1978, o presidente da AFIMG, presente ao primeiro encontro de chefes de regiões fiscais realizado em Montes Claros, apelou para, em razão da importância do fiscal no sistema previdenciário, que seu trabalho fosse mais valorizado, e os procedimentos fiscais simplificados para sua maior eficiência.
Uma luta iniciada pela AFIMG em 1976, foi coroada de êxito em 1979, com a extensão aos Fiscais Previdenciários da Gratificação de Produtividade, que já contemplava outras categorias do funcionalismo público.
Em 1981, seu quadro de associados foi ampliado pela filiação de um grande número de novos ficais, resultado de concurso público realizado naquele início de década.
O presidente eleito em 1984, como outros que o antecederam e sucederam, mostrou-se um assíduo defensor da categoria fiscal. As bandeiras principais eram a valorização profissional, a confraternização e a integração da classe. O presidente Marcos Pawlowski, um entusiasta das novas tecnologias, batalhou pela introdução da informática como ferramenta de trabalho dos fiscais previdenciários, e se propôs, para isso, trabalhar em consonância com o IAPAS.
Depois de ter se instalado em diversos pontos do centro de BH, finalmente em 1991, a Associação mudou-se para a Rua Carijós, número 150. O conjunto de salas ocupou meio andar do prédio até 2003, quando foi adquirida a outra metade. O novo espaço tornava-se, então, próprio, amplo e confortável, garantia de maior eficiência para as diretorias, os funcionários, e um facilitador de acesso para todos os associados, especialmente os mais idosos, afetados muitas vezes pela solidão da aposentadoria.
Nos anos 90, a entidade já se mostrava madura o suficiente para ser grande colaboradora da Coordenadoria Regional de Arrecadação e Fiscalização, sem perder sua marca de entidade autônoma a serviço de seus associados. Nessa condição, participava com frequência das reuniões de trabalho da Coordenadoria.
Com segurança e espaço adequados da nova sede, foi possível dinamizar melhor os arquivos, bem como dotar a Associação de sistema de computação capaz de oferecer respostas rápidas às demandas dos associados. Muitas promoções foram postas à disposição, com incentivo às atividades prazerosas e artísticas, como eventos esportivos, concursos literários, de fotografia, de pinturas.
Em 1991 ainda, realizou-se em Poços de Caldas um encontro nacional patrocinado pela Associação Mineira e a ANFIP Nacional, quando diversas questões de interesse da Previdência Social e de seus funcionários foram discutidas exaustivamente, com presença de fiscais previdenciários de todo o país. Comemoravam-se os 10 anos da posse do contingente de 1981.
Em 1992, a Associação tinha deixado de ser AFIMG e passado a denominar-se ANFIP-MG.
Em 1996, houve um dos episódios mais desagradáveis envolvendo Fiscais da Previdência Social em Minas Gerais. A Administração, por pressão política, exonerou o gerente regional de arrecadação e fiscalização de Barbacena, o que levou a, sem titubear, a ANFIP-MG colocar-se de pronto em defesa da autoridade exonerada, dos interesses, da defesa e do respeito devido aos fiscais previdenciários. O incidente teve forte repercussão nacional, principalmente depois que, em solidariedade ao colega exonerado, os dirigentes de MG renunciaram a seus cargos.
Em 1999, um encontro regional realizado em Divinópolis teve como tônica a conclamação de todos à união, única maneira de lutar contra quaisquer ameaças.
O papel da ANFIP-MG tem sua relevância comprovada em inúmeros outros episódios, como o da luta para garantir a gratificação GDAT a aposentados, e recentemente contra o modelo de remuneração formado por vencimento básico mais bônus de eficiência que não contempla paritariamente ativos e aposentados.
Hoje a ANFIP-MG é exemplo de solidariedade em trabalhos conjuntos com outras entidades de classe com interesses equivalentes, além de companheira em parcerias que possam beneficiar seus associados em planos de saúde, de telefonia, e em convênios com diversos prestadores de serviço, entidades de ensino e de pesquisa.
Confira AQUI a revista comemorativa dos 50 anos da ANFIP-MG.