A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) realizou uma videoconferência, nesta segunda-feira (6/7), com a participação do presidente da ANFIP, Floriano Martins de Sá Neto, e do presidente da Fenafisco, Charles Alcantara, para apresentar a proposta de Reforma Tributária Solidária a profissionais da Educação de todo o país. O debate foi coordenado pelo presidente da CNTE, Heleno Araújo, e pôde ser acompanhado de forma presencial e pela internet.
Floriano Sá Neto, ao explicar o atual modelo de tributação brasileiro, afirmou que a carga tributária do Brasil é equivalente à dos países desenvolvidos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “Eu sei que as pessoas não gostam de pagar imposto e repetem o mito de que a carga tributária brasileira é alta. O que não é verdade. O problema é como esses recursos são administrados. Reduzir a carga tributária significa menos saúde, educação, segurança pública”, pontuou o dirigente.
Segundo o presidente da ANFIP é preciso corrigir as anomalias do sistema tributário para que os impostos pesem menos no consumo, atingindo principalmente os mais pobres e o orçamento das famílias. “Com esse modelo atual os que ganham mais pagam menos e aqueles com menor renda pagam mais impostos”, disse Sá Neto.
No mesmo sentido, Charles Alcantara explicou que, para diminuir a tributação no consumo (alimentação, moradia, roupa) é preciso que a mudança venha acompanhada do aumento dos impostos sobre a renda e a propriedade. “É preciso chamar os mais ricos para a responsabilidade, já que não são solidários na hora de pagar os impostos”, ressaltou. E alertou: “Todos os anos, em todos os governos, fala-se em reforma tributária. E ela está acontecendo sempre. Mas, nenhuma mudança no sentido de enfrentar o verdadeiro problema do sistema tributário brasileiro, que é a regressividade do sistema. 50% do que se cobra de imposto no Brasil é sobre o consumo”.
Os representantes da ANFIP e da Fenafisco conclamaram os trabalhadores e toda a sociedade a “abraçarem” a proposta de Reforma Tributária Solidária, já que se trata de “uma causa pública”. “É o povo que vive do trabalho que mais paga imposto no Brasil. Sem o apoio da sociedade, será muito difícil conseguir aprovar essa proposta”, finalizou o presidente da Fenafisco.
Os números e dados apresentados pela ANFIP e Fenafisco constam no Manifesto Reforma Tributária Solidária: a reforma necessária e no livro A Reforma Tributária Necessária: Diagnóstico e Premissas.
Assista aqui a íntegra do vídeo, disponível no Facebook da ANFIP.