No Dia Internacional da Mulher, comemorado neste 8 de março, a ANFIP ressalta os muitos direitos alcançados ao longo dos anos pelas mulheres brasileiras. No entanto, destaca de maneira alarmante o longo caminho que ainda há de se percorrer em busca da justiça social.
Pela primeira vez nos últimos 15 anos, a renda das mulheres retrocedeu em relação aos homens, conforme indicado no relatório anual da Oxfam Brasil “País estagnado: um retrato das desigualdades brasileiras”. O estudo também mostra que em 2016 houve um retrocesso estimado em 17 anos em termos de espaço para gastos sociais no orçamento federal.
Com a reforma da Previdência, proposta pelo governo, esse cenário pode ser ainda mais desafiador. De acordo com o texto, as mulheres passam a se aposentar com 62 anos de idade; as professoras passam a se aposentar com a mesma idade dos homens, aos 60 anos, com 30 anos de contribuição; o Benefício de Prestação Continuada (BPC) só será alcançado na integralidade do salário mínimo aos 70 anos de idade, não mais aos 65 anos, além das duras regras em caso de pensão por morte de cônjuge e aposentadoria por incapacidade.
“Lutamos pela igualdade das mulheres no mercado de trabalho, tanto em relação às oportunidades quanto à remuneração. Mas a lei também deve ser sensível às características sociais das mulheres brasileiras, que muitas vezes abrem mão de uma maior qualificação por acumularem jornadas de trabalho para garantirem o sustento e o cuidado de suas famílias. É uma realidade que deve ser levada em conta principalmente na hora de uma aposentadoria”, reflete o presidente da ANFIP, Floriano Martins de Sá Neto.
De acordo com o presidente, a ANFIP reitera todo a sua luta em prol da justiça social no país e ressalta que atuará junto ao Congresso Nacional para reverter os danos ao sistema previdenciário brasileiro, que afetará diretamente as mulheres. “O nosso desejo é que pudéssemos ter mais o que comemorar nesta data, mas afirmamos o nosso compromisso com todas as mulheres brasileiras na flexibilização destas propostas”, conclui Floriano Martins de Sá Neto.